O I2ADS - NEA / FBAUP apresenta, em colaboração com o Cineclube
do Porto, um ciclo de cinema onde se pretende lançar um olhar reflexivo
sobre o Projecto SAAL em Portugal, no âmbito do Programa “Bridging fissures,
building engagement -- INTERVENÇÃO PARTICIPADA NA CIDADE”. No final das sessões
(exceto na primeira) haverá um espaço de comentário/debate com a presença de
convidados.
O SAAL
O Serviço Ambulatório de Apoio Local (SAAL) foi um
programa estatal, lançado durante o I Governo Provisório pelo arquiteto Nuno
Portas que, entre 1974 e 76, desenvolveu, por todo o país, ações de renovação
urbana destinadas a mitigar as graves carências habitacionais de que as classes
populares da sociedade portuguesa padeciam. [...] Na sua declaração de
princípios, o SAAL convidava os moradores a participarem na resolução dos
problemas habitacionais, salientando o seu direito à cidade. Nenhuma operação
SAAL era iniciada sem que fosse apresentada junto das autarquias a expressão
organizada da vontade popular. [...]
Os residentes escolhiam os seus representantes nas
“brigadas”, grupos de trabalho que integravam técnicos sociais, engenheiros,
arquitetos e populares das zonas de intervenção. O seu objetivo era efetuar o
levantamento das necessidades no terreno e concretizar as soluções necessárias
para resolver os problemas identificados ao nível do alojamento.
Simultaneamente, ao longo da sua existência fugaz, o SAAL catalisou diversas
experiências de participação e activismo comunitário, dinamizadas a partir dos
processos de realojamento, integrando aspetos culturais, económicos e
políticos.
in O Processo SAAL e a
Arquitectura no 25 de Abril de 1974
José António
Bandeirinha, Imprensa da Un. Coimbra (2007)
27 de
Setembro:
“Continuar a Viver ou Os Índios da Meia-Praia”
de António
da Cunha Telles
Portugal |
1976 | Doc | Cor | 108’
A Meia-Praia, comunidade piscatória próxima de Lagos
vive com o 25 de Abril de 1974 uma experiência original e exemplar. As velhas
casas são substituídas por moradias de pedra erguidas pela população e nasce a
esperança de constituição de uma cooperativa de pesca. Surgem dúvidas,
contradições, desgaste. Assiste-se ao primeiro ato eleitoral livre. Filmado na
linha dos grandes clássicos russos, as personagens ganham uma dignidade e uma
nobreza ímpar, iluminados pelo sol do Algarve.
Argumento: António da Cunha
Telles Produção: Animatógrafo Fotografia: Acácio
de Almeida Montagem: António da Cunha Telles e Gisela da
Conceição Diretor de Som: João Diogo Sonoplastia e
Misturas: Alexandre Gonçalves Música e Canções: José
Afonso Gravuras: Renée Gagnon Estreia em Portugal: Cinema
Império de Lagos a 25 de Abril de 1976 Festivais: Quinzena dos
Realizadores, Festival de Cannes.
4 de
Outubro:
“Paredes Meias” de Pedro Mesquita
11 de Outubro
“Porto, 1975” de Filipa
César
“As Brigadas do SAAL” de Catarina Alves Costa
“Meninos Ciganos” de Manuela
Bacelar
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